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Indígena de 15 anos é queimado com marca de gado enquanto ajudava a cuidar de rebanho; vaqueiro é suspeito

Caso foi registrado na Ilha do Bananal; vítima teve queimadura de segundo grau e foi levada para hospital. Segundo a família, o jovem estava ajudando a marcar um animal quando foi agredido pelo vaqueiro.

30/04/2025 15h23
Por: Notícias 105 Tocantins Fonte: G1 Tocantins
Indígena de 15 anos é queimado com marca de gado enquanto ajudava a cuidar de rebanho; vaqueiro é suspeito

Um adolescente indígena de 15 anos foi queimado nas costas com um ferro de marcar gado, próximo a aldeia Barreira Branca, em Sandolândia. Segundo a família, o jovem estava ajudando a marcar uma bezerra quando um vaqueiro queimou as costas dele. O caso é investigado pela Polícia Civil.

Conforme a Polícia Civil, a agressão aconteceu nesta segunda-feira (28) em uma propriedade localizada no Retiro Moita Verde, na Ilha do Bananal. O adolescente teve queimadura de segundo grau e foi encaminhado para o Hospital Municipal de Araguaçu.

Segundo a tia da vítima, Ana Fatima Mahiru Karaja, o pai do jovem tinha saído e pediu para que o filho fosse receber um gado na propriedade. O adolescente iria apenas para ajudar a marcar o animal.

 

"Meu sobrinho foi lá para ajudar a marcar esse gado. E o meu sobrinho estava segurando uma bezerra, e o tio dele também segurando pelas patas da bezerra. Aí esse cara veio, marcou a bezerra, e quando ele ia saindo com a marca, ele encostou a marca no menino, nas costas dele, marcando o menino. O menino, quando chegou em casa não falou nada para a mãe. Ele só foi falar a tarde, porque estava ardendo e ele pediu para a mãe dar uma olhada, porque o rapaz tinha encostado o ferro quente nele", explicou.

O nome do suspeito não foi divulgado, por isso o g1 não conseguiu contato com a defesa dele.

Nas imagens cedidas pela família é possível ver a marca do ferro nas costas do adolescente, formando um número 5 de ponta-cabeça.

 

A Polícia Civil informou que, conforme o relato da responsável pela vítima, a agressão teria acontecido de forma repentina, sem qualquer discussão prévia, enquanto o adolescente auxiliava no controle do rebanho. Não foi informado se o gado era dos próprios indígenas.

O Instituto dos Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal publicou nota de repúdio sobre agressão e afirmou que o jovem "foi covardemente marcado com ferro quente durante uma ação de marcação de gado que ocorria dentro da Terra Indígena". O ICAPIB ainda disse que a forma como o jovem foi tratado se configura como racismo e tortura.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas informou que o jovem está sendo acompanhando por uma equipe médica e psicóloga da Secretaria Especial de Saúde Indígena polo de Sandolândia. Já a Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais informou que "não possui informações sobre novas ocorrências dessa natureza no momento".

As investigações serão realizadas pela 84ª Delegacia de Polícia de Formoso do Araguaia, que adotará as providências legais para apuração dos fatos.

Íntegra da nota do ICAPIB

 

O Instituto dos Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal (ICAPIB) vem a público expressar seu mais profundo repúdio e indignação diante de mais um ato de violência contra o povo indígena Javaé.

Na manhã desta segunda-feira, 28 de abril de 2025, nas proximidades da Aldeia Barra do Rio Verde, um jovem indígena foi covardemente marcado com ferro quente durante uma ação de marcação de gado que ocorria dentro da Terra Indígena.

Esse crime bárbaro, cometido dentro do nosso próprio território, causou nesse jovem queimaduras de 2° grau e profundas marcas físicas e psicológicas.

Tratar um jovem indígena como se fosse um animal, usando instrumentos de tortura, é inadmissível. Isso é crime. Isso é racismo. Isso é tortura.

Essa violência fere não apenas a vítima e sua família, mas atinge toda a comunidade indígena e representa um ataque à dignidade de nossos povos. Não se trata de um caso isolado, mas sim do reflexo do racismo estrutural e da tentativa sistemática de desumanizar e silenciar os povos originários. Mas não nos calaremos!

O ICAPIB exige a imediata investigação dos fatos, a responsabilização dos autores desse crime covarde e providências urgentes para que esse tipo de violência não se repita.

Violência contra um jovem indígena é violência contra toda a humanidade.

Queremos justiça! Queremos respeito! Queremos dignidade!

JUSTIÇA JÁ!

POR TODA A NOSSA JUVENTUDE INDÍGENA!

POR TODAS AS VIDAS INDÍGENAS!

Formoso do Araguaia – TO, 28 de abril de 2025

Instituto dos Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal – ICAPIB

 

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