Com apenas 13 anos, Ana Júlia Alves de Sousa salvou a própria irmã recém-nascida que estava sem respirar. A família mora em Dianópolis, região sudeste do estado, e por ser aluna do Programa Educacional Bombeiro Mirim (PROEBOM) há um ano e meio, usou o conhecimento adquirido nas aulas e usou uma técnica para de desobstrução de vias aéreas na bebê.
De acordo com os Bombeiros, a mãe de Ana Júlia percebeu, na madrugada do dia 7, que a filha mais nova, com apenas 27 dias de vida, estava com leite saindo pelo nariz e já sufocando. Foi nesse momento que a mãe pediu ajuda.
“Minha mãe me chamou desesperada. O quarto estava escuro, pedi pra ela ligar a lanterna do celular pra eu ver. Quando olhei, vi que minha irmã já estava roxinha. Coloquei ela deitada no meu braço e fiz a tapotagem, batendo nas costas dela cinco vezes. Na quinta, ela chorou. Foi quando percebi que tinha dado certo”, contou Ana Júlia.
Apesar de ser uma situação tensa, a adolescente explicou que manteve a calma, o que fez diferença para ela conseguir aplicar a técnica de salvamento que aprendeu no projeto.
“Na hora em que ela chorou, eu parei no tempo, sem acreditar no que tinha acabado de fazer. Depois ela voltou ao normal e dormiu. Foi um alívio enorme”, comentou, ressaltando que entrou no programa dos Bombeiros para aprender e ajudar as pessoas.
Os instrutores do PROEBOM ficaram sabendo da coragem de Ana Júlia ao salvar a irmã e, segundo o soldado Adriel Nunes Tavares, o programa é muito importante para levar conhecimento aos alunos.
“Foi uma sensação de dever cumprido, de confirmação de que estamos no caminho certo. A Ana Júlia mostrou que o que ensinamos tem valor real — salvou uma vida aplicando o que aprendeu conosco”, afirmou.
Dentro das práticas levadas aos jovens, o soldado explicou que são repassados treinamento da parte técnica e de controle emocional em situações como esta, que Ana Júlia enfrentou com muita coragem.
“Quando o aluno domina a técnica, ele naturalmente fica mais calmo em situações de emergência. Foi o que aconteceu com a Ana Júlia. Mesmo emocionada, manteve a calma e aplicou corretamente a manobra”, afirmou o soldado.
A adolescente destacou a importância do programa que a ajudou a agir em um momento decisivo. “Aprendi com o PROEBOM que sempre existe um jeito de agir e resolver. Eu só consegui ajudar minha irmã porque aprendi com meus instrutores e acreditei que podia fazer algo”, concluiu a menina.