O Cânion da Ilha Negra, com águas cristalinas e rodeado por pedras, seria um belíssimo atrativo turístico. Mas por estar localizado perto da Usina Hidrelétrica de Lajeado, a visitação e proibida.
De acordo com Edson Caldeira, gestor executivo da empresa responsável pela gestão da UHE Lajeado, o cânion fica posicionado em uma das áreas abaixo da usina, na chamada jusante. Isso prevê uma proibição por lei que impede a visita ao local.
"Se a gente precisa produzir mais energia, sai mais água. E essa pedra, que é chamada de Cânion Ilha Negra, fica muito próxima da usina. Então a vazão ali pode aumentar abruptamente. É um lugar que em grande parte do ano fica submerso, então é cheio de limo, é muito escorregadio. E as pessoas estão se colocando em risco, além do que é proibido por lei", alertou o gerente.
💭 O cânion está situado dentro da área operacional restrita da usina, delimitada por normas federais como a Lei nº 12.334/2010 (Política Nacional de Segurança de Barragens), a Resolução Normativa ANEEL nº 1.064/2023 e o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012). Além de normativas da Usina, que determinam que regiões ao redor das barragens podem ser classificadas como de acesso restrito por questões de segurança, operação ou preservação ambiental.
Na estrutura de uma usina, são construídos partes de concreto, chamados vertedouros, em que as comportas são abertas para regular a vazão do rio, conforme determinação e demanda do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Em outro ponto, na casa de força, são instaladas as turbinas. Edson explicou que a vazão da água varia muito, já que o rio passa nos locais durante o ano inteiro.
Edson destacou que entende o interesse de turistas em querer conhecer o chamado cânion, mas pelos riscos envolvidos, orientou que a região possui outros atrativos que podem ser visitados.
"A própria Investco ajudou a prefeitura a construir a Praia do Segredo, que fica localizada no Lago, ou seja, acima da usina, num lugar onde não há alteração de vazão, é muito seguro", afirmou.
Por ser proibido frequentar o cânion, existe fiscalização da Polícia Ambiental, combatendo a pesca ilegal perto da usina e alertando as pessoas, destacou. "É uma questão de risco pessoal das pessoas e ela não devem se aproximar da usina", disse o gerente, destacando que há inspeções diárias e sinalização no local.
Com a proximidade do período chuvoso, o risco na região pode ser bem maior, pela cheia no rio. "Pode ser necessário que a gente abra as comportas, e aí toda aquela área vai ficar inundada", reforçou.
Embora o Cânion da Ilha Negra seja inacessível ao público, a UHE Lajeado tem um programa de visitas guiadas à usina. As atividades acontecem semanalmente, às quintas-feiras, através de agendamento, em áreas externas e seguras da Usina. Nessas ocasiões, estudantes, pesquisadores e a comunidade podem conhecer de perto o funcionamento da hidrelétrica, além de receber informações sobre energia e sustentabilidade.
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